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Por Marcelo Miranda Guimarães

Um povo para ser destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco, destacando o elemento português, nosso colonizador. Mas, quem foram estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil? Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil?  A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por cristãos-novos, ou seja, os Judeus ! Pôr que ? (responder esta pergunta poderia ser objeto de um outro artigo).

Em 1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora tinham uma outra denominação: eram os cristãos-novos. Eles eram proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos.  Os judeus sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois, por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquela país. Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico. O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Exôdo, precisava acontecer novamente.

Naquele momento de crise, perseguição e desespero, uma porta se abriu: providência divina ou não, um corajoso português rasga o grande oceano com sua esquadra e, em abril de 1500, o Brasil foi descoberto.

Na própria expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre eles, Gaspar Lemos, Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: - descobria-se um paraíso, uma terra cheia de rios e montanha, fauna e flora jamais vistos. Teria pensado consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus ? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano. Assim, milhares e milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.

Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente. O tema é muito vasto e de grande riqueza bibliográfica e histórica. Assim, queremos com esta matéria abordar ligeiramente o referido tema, despertando, principalmente, o leitor interessado que vive fora da comunidade judaica.

Neste pequeno estudo, queremos mencionar a influência judaica na formação da raça brasileira, apresentando apenas alguns fatos históricos importantes ocorridos no Brasil colonial, destacando uma lista de nomes de judeus-portugueses e brasileiros que enfrentaram os julgamentos do “Santo Ofício” no período da Inquisição. Os fatos históricos são muitos e podem ser encontrados em vários livros que tratam com detalhes desse assunto, como já mencionado.

Comecemos, então, apresentando um pequeno resumo da história dos judeus estendendo até ao período do Brasil Colonial. Desde a época em que o Rei Nabucodonosor conquistou Israel, os hebreus começaram a imigrar-se para a península ibérica. A comunidade judaica na península cresceu ainda mais

durante os séculos II e I A.C., no período dos judeus Macabeus. Mais tarde, depois de Cristo, no ano 70, o imperador Tito ordenou destruir Jerusalém, determinando a expulsão de todo judeu de sua própria terra. A derrota final ocorreu com Bar Kochba no ano 135 d.C, já na diáspora propriamente dita. A história confirma a presença dos judeus ibéricos, também denominados “sefaradim”, nessa península, no período dos godos, como comprovam as leis góticas que já os discriminavam dos cristãos. As relações judaico-cristãs começaram a agravar-se rapidamente após a chegada a Portugal de 120.000 judeus fugitivos e expulsos pela Inquisição Espanhola por meio do decreto dos Reis Fernando e Isabel em 31.03.1492. Não demorou muito, a situação também se agravava em Portugal com o casamento entre D. Manoel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis católicos. Várias leis foram publicadas nessa época, destacando-se o édito de expulsão de D. Manoel I. Mais de 190.000 judeus foram forçados a confessar a fé católica, e após o batismo eram denominados “cristãos-novos”, quando mudavam também os seus nomes. Várias atrocidades foram cometidas contra os judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças tinham seus crânios esmagados dentro das próprias casas.

O descobrimento do Brasil em 1500 veio a ensejar uma nova oportunidade para esse povo sofrido. Já em 1503 milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil auxiliar na colonização. Em 1531, Portugal obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em 1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante o Brasil passou a ser terra de exílio, para onde eram transportados todos os réus de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que se diziam aparentemente cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a fé judaica. E é nesses judaizantes portugueses que vieram para o Brasil nessa época que queremos concentrar nossa atenção.

De uma simples terra de exílio a situação evoluiu e o Brasil passou a ser visto como colônia. Em 1591 um oficial da Inquisição era designado para a Bahia, então capital do Brasil. Não demorou muito, já em 1624, a Santa Inquisição de Lisboa processava pela primeira vez contra 25 judaizantes brasileiros (os nomes abaixo foram extraídos dos arquivos da Inquisição da Torre do Tombo, em Lisboa).

Os nomes dos judaizantes e os números dos seus respectivos dossiês foram extraídos do Livro: “Os Judeus no Brasil Colonial” de Arnold Wiznitzer – página 35 – Pioneira Editora da Universidade de São Paulo:

Alcoforada, Ana 11618 
Antunes, Heitor 4309 
Antunes, Beatriz 1276 
Costa, Ana da 11116 
Dias, Manoel Espinosa 3508 
Duarte, Paula 3299 
Gonçalves, Diogo Laso 1273 
Favella, Catarina 2304 
Fernandes, Beatriz 4580 
Lopes, Diogo 4503 
Franco, Lopes Matheus 3504 
Lopes, Guiomar 1273 
Maia, Salvador da 3216 
Mendes, Henrique 4305 
Miranda, Antônio de 5002 
Nunes, João 12464 
Rois, Ana 12142 
Souza, João Pereira de 16902 
Teixeira, Bento 5206 
Teixeira, Diogo 5724 
Souza, Beatriz de 4273 
Souza, João Pereira de 16902 
Souza, Jorge de 2552 
Ulhoa, André Lopes 5391   

Continuando nossa pesquisa, podemos citar outras dezenas e dezenas de nomes e sobrenomes, devidamente documentados, cujas pessoas foram também processadas a partir da data em que a Inquisição foi instalada aqui no Brasil. È importante ressaltar que nesses processos os sobrenomes abaixo receberam a qualificação de “judeus convictos” ou “judeus relapsos” em alguns casos. Por questão de espaço citaremos apenas nesta primeira parte os sobrenomes, dispensando os pré-nomes:

LETRA A 
Abreu,  Álvares,  Azeredo,  Ayres, Affonseca,  Azevedo,  Affonso, Aguiar, Almeida, Amaral, Andrade, Antunes, Araújo, Ávila, Azeda.

LETRA B 
Barboza, Barros, Bastos, Borges, Bulhão,Bicudo.

LETRA C 
Cardozo, Campos, Cazado, Chaves, Costa, Carvalho, Castanheda,  Castro, Coelho, Cordeiro, Carneiro,  Carnide, Castanho, Corrêa, Cunha.

LETRA D 
Diniz, Duarte, Delgado, Dias.

LETRA E 
Esteves, Évora.

LETRA F 
Febos, Fernandes, Flores, Franco, Ferreira, Figueira, Fonseca, Freire, Froes, Furtado, Freitas.

LETRA G 
Galvão, Garcia, Gonçalves, Guedes, Gomes, Gusmão.

LETRA H 
Henriques.

LETRA I 
Izidro.

LETRA J 
Jorge.

LETRA L 
Laguna, Lassa, Leão, Lemos, Lopes, Lucena, Luzaete, Liz, Lourenço.

LETRA M

Macedo, Machado, Maldonado, Mascarenhas, Martins, Medina, Mendes, Mendonça, Mesquita, Miranda, Martins, Moniz, Monteiro, Moraes, Morão, Moreno, Motta, Munhoz, Moura.

LETRA N 
Nagera, Navarro, Nogueira, Neves, Nunes.

LETRA O 
Oliveira, Oróbio, Oliva.

LETRA P 
Paes, Paiva, Paredes, Paz, Pereira, Perez, Pestana, Pina, Pinheiro, Pinto, Pires, Porto.

LETRA Q 
Quaresma, Quental.

LETRA R 
Ramos, Rebello, Rego, Reis, Ribeiro, Rios, Rodrigues, Rosa.

LETRA S 
Sá, Sequeira, Serqueira, Serra, Sylva, Silveira, Simões, Siqueira, Soares, Souza.  

LETRA T 
Tavares, Telles, Torrones,Tovar,Trigueiros, Trindade.

LETRA V 
Valle, Valença, Vargas, Vasques, Vaz, Veiga, Vellez, Vergueiro, Vieira, Villela.

 (A lista dos sobrenomes citados acima não exclui a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica. – Fonte: Extraído do livro: “Raízes judaicas no Brasil” – Flávio Mendes de Carvalho – Ed. Nova Arcádia  1992).

Todos esses judeus brasileiros, cujos sobrenomes estão citados acima, foram julgados e condenados pela Inquisição de Lisboa, sendo que alguns foram deportados para Portugal e queimados, como por exemplo o judeu Antônio Felix de Miranda, que foi o primeiro judeu a ser deportado do Brasil Colônia. Outros foram condenados a cárcere e hábito perpétuo.

Quando os judeus aqui chegavam, desembarcavam na maioria das vezes na Bahia, por ser naquela época o principal porto. Acompanhando a história dessas famílias, nota-se que grande parte delas se dirigia em direção ao sul, muitas vezes fixando residência nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outros subiam em direção ao norte do país, destacando a preferência pelos Estados de Pernambuco e Pará. Esses estados foram bastante influenciados por uma série de costumes judaicos, que numa outra oportunidade gostaríamos de abordar.

É importante ressaltar que não podemos afirmar que todo brasileiro, cujo sobrenome constante desta lista acima seja necessariamente descendente direto de judeus portugueses.

Para saber-se ao certo necessitaria uma pesquisa mais ampla, estudando a árvore genealógica das famílias, o que pode ser feito com base nos registros disponíveis nos cartórios. Mas, com certeza, o Brasil tem no seu sangue e nas suas raízes os traços marcantes deste povo muito mais do que se imagina, quer na sua espiritualidade, religiosidade ou mesmo em muitos costumes.

Constatamos que o Brasil já se destaca dentre outras nações como uma nação que cresce rapidamente na direção de uma grande potência mundial. A influência histórica judaica-sefardita é inegável. Os traços físicos de nosso povo, os costumes, hábitos e algumas tradições são marcas indubitáveis desta herança. Mas, há uma outra grande herança de nosso povo, a fé. O brasileiro na sua maioria pode ser caracterizado como um povo de fé, principalmente, quando esta fé está fundamentada no conhecimento do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, no

único e soberano Deus de Israel.

Isto sim, tem sido o maior, o melhor e o mais nobre legado do povo judeu ao povo brasileiro e à humanidade.

Fonte: http://www.ensinandodesiao.org.br/Abradjin/0601.htm

Ao longo de 1992 importantes trabalhos em torno da Inquisição e do marranismo foram publicados no Brasil. Um deles é Raízes Judaicas no Brasil, de Flávio Mendes Carvalho. Este livro apresenta os nomes dos marranos vitimados pela inquisição inquisitorial em Portugal ou no Brasil, e oferece os detalhes possíveis sobre o acusado, como profissão, filiação, acusação, idade, pena e ano da sentença.
De maior interesse para o presente estudo é listar os sobrenomes destes marranos acusados do crime de judaísmo entre os séculos XVI e
XVIII:
Abreu, Abrunhosa, Affonseca, Affonso,Aguiar,Ayres,Alam,Alhertú, Albuquerque, AlÍaro, Almeida, Alonso, Alvade, Alvarado, Alvarenga, Alvares, Aivarez, Anelos, Alveres, Alves, Aivim, Alvorada, Alvres, Amado, Amaral, Andrada, Andrade, Anta, Antônio, Antunes, Arailjo, Arrahaça,Arroyo, Arroja, Aspalhão, Assumpção, Athayde, Avila, Avis,
Azeda, Azeitado, Azeredo, Azevedo.

Bacelar, Balão, Baihoa, Balíeyro, Balteiro, Bandes, Baptista, Barata, Barbalha, Barhosa, Barhoza, Bareda, Barrajas, Barreira, Barreta, Barreto, Barros, Bastos, Bautista, Beirão, Belinque, Belmonte, Bello, Bentes, Bernal, Bernardes, Bezerra, Bicudo, Bispo, Bivar, Bocarro, Boned, Bonsucosso, Borges, Borralho, Botelho, Bragança, Brandão, Bravo, Brites, Brito, Brum, Bueno, Bulhão.

Cahaço, Cahral, Cahreíra, Cáceres, Caetano, Calassa, Caldas, Caldeira, Caldeyrão, Callado, Camacho, Câmara, Camejo, Caminha, Campo, Campos, Candeas, Capote, Cárceres, Cardoso, Cardozo, Carlos, Carneiro, Carrança, Carnide, Carreira, Carrilho, Carrollo, Carvalho, Casado, Casqueiro, Cásseres, Castanheda, Castanho, Castelo, Castelo Branco, Castelhano, Castilho, Castro, Cazado, Cazales, Ceya, Cespedes, Chacla, Chacon, Chaves, Chito, Cid, Cobilhos, Coché, Coelho, Collaço, Contreíras, Cordeiro, Corgenaga, Coronel, Corrêa, Cortei., Comjo, Costa, Coutinho, Couto, Covilhã, Crasto, Cruz, Cunha.

Damas, Daniel, Datto, Delgado, Devei, Diamante, Dias, Diniz, Dionísio, Dique, Déria, Dona, Dourado, Drago, Duarte, Duraes.

Eliate, Escobar, Espadilha, Espinhoza, Espinoza, Esteves, Évora. Faísca, Falcão, Faria, Farinha, Faro, Farto, Fatexa, Febos, Feijão, Feijó, Fernandes, Ferrão, Ferraz, Ferreira, Ferro, Fialho, Fidalgo, Figueira, Figueiredo, Figueiró, Figueiroa, Flores, Fogaça, Fonseca, Fontes, Forro, Fraga, Fragozo, França, Frances, Francisco, Franco, Freitas, Froes, Frois, Furtado.

Gabriel, Gago, Galante, Galego, Galeno, alIo, Galvào, Gama, Gamboa, Gançoso, Ganso, Garcia, Gasto, Gavilão, Gil, Godirtho, Godins,Goes, Gomes, Gonçalves, Gouvea, Gracia, Gradis, Gramacho, Guadalupe, Guedes, Gueybara, Gueyros, Guerra, Guerreiro, Gusniao
Guterres.

Henriques, Homem.

Idanha, Lscol, Isidro.

Jordâo, Jorge, Jnbim, Julião.

Lafaia, Lago, Laguna, Lmy, Lara, Lassa, Leal, Leão, Ledcsma, Leitão, Leite, Lemos, Lima, Liz, Lobo, Lodesma, Lopes, Loução, Loureiro, Lourenço, Louzada , Louzano, Lucena, Luíz, Lima, Luzarte.

Macedo, Machado, Machuca, Madeira, Madureira, Magalhães, Maia, Maioral, Maj, Maldonado, Malheiro, Manem, Manganés, Manhanas, Manoel, Manzona, Marçal, Marques, Martins, Mascarenhas, Mattos, Matoso, Medalha, Meddros, Medina, Melão, MeIlo, Mendanha, Mondes, Mendonça, Menezes, Mesquita, Mezas, Miffio, Miles, Miranda, Moeda, Mogadouro, Mogo, Molina, Mot,forte, Monguinho, Moniz, Monsanto, Montearroyo, Monteiro, Montes, Montezinhos, Moraes, Morales, Morão, Morato, Moreas, Moreira, Moreno, Motta, Moura, Mouzinho, Munhoz.

Nabo, Na gera, Navarro, Negrão, Neves, Nicolao, Nobre, Nogueira, Noronha, Novaes, Mines.

Oliva, Olivares, Oliveira, Oróbio.

Pacham, Pachão, Paixão, Pacheco, Paes, Paiva, Palancho, Palhano. Pantoja, Pardo, Paredes, Parra, Páscoa, Passos, Paz, Pedrozo, Pegado,Peinado, Penalvo, Penha, Penso, Penteado, Peralta, Perdigão, Pereira,Peres, Pessoa, Pestana, Picanço, Pilar, Pimentel, Pina, Pineda, Pinhâo,Pinheiro, Pinto, Pires, Pisco, Pissarro, Piteyra, Pizarro, Pomheiro, Ponte, Porto, Pouzado, Prado, Preto, Proença.

Quadros, Quaresma, Queiroz, Quental.

Rabelo, Rabocha, Raphael, Ramalho, Ramires, Ramos, Rangel, Raposo, Rasquete, Rehello, Rego, Reis, Rezende, Ribeiro, Rios, Robles, Rocha, Rodrigues, Roldão, Romào, Romeiro, Rosário, Rosa, Rosas, Rosado, Ruivo, Ruiz.

Sá, Salvador,Samora, Sampaio, Samuda, Sanches, Sandoval, Santarém, Santiago, Santos, Saraiva, Sarilho, Saro, Sarzedas, Seixas, Sena, Semedo, Sequeira, Seralvo, Serpa , Serqueira, Serra, Serrano, Serrâo, Sorveira, Silva, Silveira, Simào, Simões, Siqueira, Soares, Sodenha, Sodré, Soeyro, Sola, Solis, Sondo, Soutto-Mayor, Souza.

Tagarro, Tareu, Tavares, Taveira, Teixeira, Telles, Thomás, Toloza, Torres, Torrones, Tola, Tourinho, Tovar, Trigillos, Trigueiros, Trindade.

Uchfla.

Valladolid, Valle, Valença, Valente, Vareja, Vargas, Vasconcellos, Vasques, Vaz Veiga, Velasco, Vellez, Velho, Vcloso, Vergueiro, Vianna, Vicente,Viegas,Vieira,Vigo, Vilhalva,Vilhegas, Vill,ena, Villa, Villalão, Villa-Lobos, Villanova, Villar, Villa-Real, VilIella, Vizeu. Xavier, Ximenes, Zuriaga.


Segundo Flávio Mendes Carvalho, as recentes interpretações históricas e sociológicas sobre a Inquisição valorizam aspectos não religiosos e levantam novas questões. Por exemplo: até que ponto os condenados seriam meras vítimas de interesses econômicos, de lulas de classe e manobras políticas? E até que ponto a heresia judaica foi uma justificativa manipulada pela igreja para enfraquecer e avassalar Estados? E ainda, até que ponto estas perseguições satisfaziam às aspirações de uma decadente nobreza feudal na luta contra uma emergente e ativa burguesia, na disputa pelo poder econômico e político, se nos dois lados existiam judeus, se viviam em plena simbiose econômica e política e se as novas colônias abriam, a ambos, riquezas insondáveis? intérprete da inquisição enquanto instituição movida pelo fanatismo religioso católico, Carvalho argumenta: “Se não valorizarmos os aspectos essencialmente religiosos, como explicar que os milhares de judeus encarcerados, humilhados, condenados e executados, mesmo sendo paupérrimos - como os inventários de seus bens comprovam - e que ocupando posições sociais humildes e miseráveis - como constam das qualificações das listas dos autos-da-fé e de seus processos - pudessem motivar a igreja a persegui-los?'